Crédito prossegue respondendo por mais da metade do PIB

A carteira de crédito direcionado também cresceu, e bem mais: 10,8% na comparação interanual, totalizando R$ 1,9 trilhão, também no segundo mês deste ano, de acordo com o relatório do Ipea.

Tais dados sinalizam relativa estabilidade no comprometimento de renda e nas taxas de juros, embora ambos permaneçam em níveis elevados.

Na avaliação do Instituto, houve discreto aumento na inadimplência para pessoas físicas (PFs) e será necessário observar a evolução deste indicador, que apresenta tendência de crescimento desde 2021.

Em termos de saldo real, o Ipea considera estagnados os segmentos de pessoa jurídica (PJ) e da categoria recursos direcionados, cujas variações permanecem muito próximas de zero.

Já os saldos para PF e recursos livres têm apresentado crescimento próximo de 10%, em termos reais, nos últimos doze meses.

"Em contrapartida, olhando as novas concessões, observamos queda maior no segmento de PF, em especial as concessões para crédito consignado total e no crédito pessoal total", afirma o documento.

Ao contrário da avaliação anterior realizada pela entidade, não se observa aumento expressivo nas modalidades cujas taxas de juros são mais altas, como cheque especial e crédito rotativo.

Tais observações, contudo, o Ipea afirma não alterar o desenho imaginado para o mercado de crédito em 2022, cuja tônica deve continuar sendo crescimento limitado, com algumas oscilações pontuais.

Um quadro mais vigoroso neste campo os especialistas do órgão atrelam à evolução das medidas regulatórias em curso, relacionadas ao fortalecimento das garantias e à securitização, por exemplo, como forma de aprimorar estruturalmente o setor.

Fonte: Ipea